Experiências de TurismoEnogastronomia
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Em Portugal, a produção de bebidas obtidas a partir da destilação do vinho e do bagaço não tem data exata de início de produção. Desconhece-se se surgiu primeiro a bagaceira ou a aguardente.
Podemos afirmar, no entanto, que devido à elevada qualidade do produto e ao empenho de muitos dos agentes envolvidos na sua produção, o reconhecimento em 1992 por parte das entidades públicas da região demarcada da aguardente vínica de qualidade, com Denominação de Origem Controlada «Lourinhã», traduziu-se na primeira e única região demarcada do país somente para produção de aguardentes.
A aguardente da Lourinhã respeita procedimentos próprios e regulamentados quanto às condições dos solos, às características do cultivo e das tecnologias de vinificação, conservação, destilação, envelhecimento em barris de madeira de carvalho, entre 2 a 6 anos, e engarrafamento.
É uma das três regiões no espaço Europeu, em posição de igualdade com o cognac, armagnac e brandy de Jerez, pois todas estas bebidas passam pelo mesmo processo, mas têm como diferencial a tipicidade das castas de uvas utilizadas na sua preparação e que as tornam vínicas.
No entanto, em Portugal, encontramos aguardentes vínicas, pelas diversas regiões vitivinícolas existentes no país, de elevada qualidade.
Encontramos também em Portugal como expoente máximo de produção, na serra Algarvia, a aguardente de Medronho, que é uma tradição secular que tem vindo a passar de geração em geração. Tal como o processo da aguardente vínica, também na aguardente de medronho o seu processo de produção é fundamental para o resultado final e, consequentemente, para a sua qualidade.
Os entendidos consideram que a apanha do fruto é a parte mais importante do processo. A produção é artesanal e a sua legalização veio permitir melhores condições de produção e uma melhoria da sua qualidade.
Após todo o processo de destilação, a aguardente de medronho é engarrafada ou então envelhecida em tanques de madeira durante aproximadamente oito anos no sentido de melhorar significativamente a sua qualidade.
Da aguardente de Medronho também se pode elaborar derivados, como é o caso da Melosa, que para além de aguardente de medronho, leva também habitualmente mel, limão e canela.
Existem ainda muitas outras bebidas consumidas em Portugal, que contam também com a aguardente vínica na sua composição como, por exemplo, os licores.
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